fechei-me na casa de banho por minutos, e enquanto o fazia, ouvia música à espera que alguém me mandasse uma mensagem, enquanto relembrava algumas coisas e me vinham algumas lágrimas aos olhos. 

concluí que seria sempre assim, quer eu queira quer não, nada mudaria. mas faltava um minuto para tocar, eu abri a porta e saí de lá, bebi água, e enquanto subia as escadas via-o. bem, fui ao cacifo e tirei a minha mala, ignorando a empregada que como sempre dizia que não se podia ir até ao cacifo, quando segundos depois tocou e fui a primeira a chegar á sala. sentei-me, com os fones nos ouvidos, entretanto foram entrando todos os outros. eu olhava através da janela, lembrando-me dele enquanto tinha a maior vontade de chorar sem saber bem o porquê. passado um pouco, fomos para a sala dos computadores, supostamente deveria de estar a fazer o meu trabalho, mas comecei a ouvir música observando o campo de basket, as pessoas que passavam, os sorrisos entre elas. tocou para o intervalo e só me apetecia ir fechar-me de novo, mas embora triste, olhei á minha volta e só via pessoas, pus um falso sorriso nos lábios e continuei a andar. sentei-me, enquanto a minha cabeça estava encostada ao joelho de uma amiga, eu observava a escola, mais uma vez com a música nos meus ouvidos. relembrando alguns dos sitios onde eu estive com ele, via o sol a rondar o campo, as pessoas todas a rirem-se, o som da bola de basket a bater contra o chão, e muito discretamente eu observava-o. mas tocou novamente, eu levantei-me e lá fui eu seguindo em frente com mais um sorriso fingido, entrando na sala sentei-me ao lado do meu melhor amigo, onde apenas com a atenção e as brincadeiras dele, eu fiquei melhor. a partir daí fiquei bem, mas mais uma vez, voltando para as aulas e entrando para a sala, através da janela eu senti o sol a bater-me na cara e o calor que transbordava sobre o meu corpo, só me apetecia sair porta fora daquela sala. mas quando foi o intervalo, eu saí da sala e questionei-me a mim mesma "porque é que ainda estou aqui?", eu desci as escadas e precisamente no mesmo instante em que escrevia no telemóvel "tás onde?", olhei para a minha direita e vio-o logo ali com o seu sorriso na cara, os nossos sorrisos cruzaram-se e eu fui ter com ele, estive com ele. e nesse momento eu esqueci  absolutamente tudo, como sempre. mas acho que pela primeira vez eu senti tudo de uma maneira forte, inexplicável, tendo em conta a cada segundo que passava o motivo de eu estar ali, a vontade de ficar ali até ao final do dia... e enquanto pensava nisso, sentia novamente o sol a bater-nos na cara, o que me deixou contente, não sei porquê.
a verdade é que é dificil esquecer memórias do passado, e que provavelmente passarei muitos mais dias parecidos ao de hoje, mas é bom, porque no entanto acho que a cada dia que passa, sozinha, aprendo algo novo comigo própria, com as minhas atitudes.

 hoje aprendi que por vezes não conseguimos passar os nossos obstáculos sozinhos, sem ninguém para nos dar vontade de viver. mas também aprendi que as oportunidades estão sempre á nossa frente, e quando sabemos que estão lá, quando as vemos, por muitos pensamentos maus que nos encham a cabeça, nós temos de ir a correr ter com essas oportunidades, porque se não o fizermos um dia poderemos perdê-las.

por fim, também aprendi que na minha opinião, amigos há muitos, amor há apenas um, e eu não me quero arriscar a perder o único motivo que me faz sentir alguém!