não sei o que me deu na cabeça. eu estava a ir para casa completamente arrasada... abri a porta, pousei a mala em cima da cama e dirigi-me à casa de banho. meti música no telemóvel e parei em frente ao espelho, e apenas vi uma rapariga. uma rapariga que tinha o cabelo com madeixas loiras e que passou o dia a dizer que o odiava, mas que no entanto, nem ligou. uma rapariga que com lápis nos olhos, os via da maneira que realmente adorava, mas que ao mesmo tempo não via o que eles demonstravam. uma rapariga confusa e realmente pequena. foi assim que eu me vi naquele momento. fui para o quarto, sentei-me na cama, vesti algo mais confortável, meti música no volume máximo, na aparelhagem e estive-a a ouvir durante cerca de 1/2 horas. no momento em que saí do banho, dei por mim super-contente, super-normal, como sempre (...) mas na verdade, via o meu reflexo no espelho e continuava sem me reconhecer.
necessitamos de tudo ao mesmo tempo, de maturidade, de responsabilidade, de dinheiro, de diversão, de carinho, de amigos, de alguém que goste de nós e para mim torna-se impossível ter tudo isso ao mesmo tempo. odeio esta fase da vida em que se acha que tudo tem que ter resposta na altura dos porquês, em que só se pensa em experimentar as sensações mais exploradas da vida, em que se fala mal ou se goza com alguém para nos integrarmos, em que se chora sempre por causa de um rapaz, em que se esquece os antigos amigos e apenas se quer ser aceite pelos mais velhos da escola. mas não, eu já não quero mais isto, estou farta de me perguntar vezes sem conta quem eu realmente sou, e estou cansada de nunca chegar a nenhuma conclusão definitiva. para mim acho que chega, eu quero-me de volta.

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